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quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Um marco da pesquisa geológica do Brasil

Em entrevista exclusiva ao Portal Geofísica Brasil, a Profa. Roberta Mary Vidotti, do Instituto de Geociências da Universidade de Brasília, comenta sobre os projetos de pesquisa que estudam a influência do lineamento transbrasiliano – a falha geológica na crosta que atravessa grande parte do Brasil – na formação das bacias sedimentares do Paraná e do Parnaíba.
Leia mais sobre as pesquisas sobre o lineamento transbrasiliano aqui e aqui.

Fonte: http://geofisicabrasil.com

A fratura-mãe

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Imensa cicatriz na crosta terrestre que cruza o Brasil, o lineamento transbrasiliano teve influência na formação das bacias sedimentares do Paraná e do Parnaíba. Embora a hipótese fosse discutida há 40 anos, desde que essa estrutura geológica foi descoberta, apenas agora um grupo de pesquisadores das universidades de Brasília (UnB), Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Estadual de Campinas (Unicamp) conseguiu avançar no entendimento do papel desempenhado pelo lineamento na formação dessas bacias. Os geólogos produziram um retrato mais preciso do subsolo das áreas por onde passa o lineamento, que, em quase sua totalidade, se encontra encoberto por sedimentos.
As medições feitas na crosta e no manto (camada geológica inferior à crosta) mostram que a quebra do lineamento formou os primeiros depocentros, pontos de acumulação de sedimentos que culminam na formação das bacias. “Muitos outros locais no mundo possuem bacias que tiveram seus depocentros relacionados à reativação de falhas geológicas”, explica Julia Curto, pesquisadora da UnB e primeira autora de um artigo publicado em agosto na Tectonophysics. Nem sempre, porém, os lineamentos dão início a uma deposição de sedimentos. É preciso que as falhas sejam reativadas – se movimentem – de tempos em tempos, “criando espaços que acomodem esses sedimentos”, diz.
As novas análises também geraram um retrato mais preciso do relevo do embasamento das bacias do Paraná e do Parnaíba. O embasamento é a camada mais profunda e antiga, composta por rochas mais densas. É sobre elas que os sedimentos, decorrentes do processo de erosão, se depositam, formando as bacias sedimentares.
Para conseguir o retrato do que está por baixo da bacia, os geofísicos cruzaram dados magnéticos e de gravimetria. Eles são obtidos por equipamentos embarcados em aviões que sobrevoam a área de estudo e detectam pequenas mudanças nos campos gravitacional e magnético da Terra. Esses dois campos variam conforme a densidade das rochas e suas propriedades magnéticas. Os aparelhos medem os contrastes entre rochas mais e menos densas e com maior ou menor intensidade de magnetização, formando mapas detalhados do subsolo.
Foi a primeira vez que os dois métodos foram usados simultaneamente para estudar o lineamento. “O que havia era uma estimativa apenas de gravimetria, que pode levar a grandes imprecisões”, diz Reinhardt Fuck, pesquisador da UnB. Parte dos levantamentos usados pelos pesquisadores foi feita nos anos 1970 no projeto Radam Brasil, que mapeou pela primeira vez o subsolo brasileiro. Foi compilando os dados desses voos que o geólogo Carlos Schobbenhaus, na época no Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), descobriu o lineamento. Os dados mais recentes foram obtidos de sobrevoos realizados pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). “Depois de muito tempo em que praticamente só se explorou petróleo no mar, o Brasil começa a olhar para o continente”, diz Hilário Bezerra, professor da UFRN e um dos autores do estudo. As pesquisas do grupo fazem parte de um projeto financiado pela Petrobras que se encerra em 2015.

Uma falha brasileira

“O trabalho traz resultados muito interessantes, pois, até então, alguns autores chegavam a contestar se o lineamento realmente passava por baixo da bacia do Paraná”, afirma Marcelo Assumpção, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP), que não participou do projeto. Na bacia do Parnaíba, ele diz, a influência do transbrasiliano é mais evidente, já que o lineamento reaparece do outro lado, no Ceará. “Agora conseguimos ver exatamente por onde passa o lineamento debaixo da bacia e ainda descobrimos várias regiões subterrâneas que não conhecíamos”, diz David Castro, pesquisador da UFRN que publicou no ano passado um estudo sobre o tema.
O lineamento divide o território nacional em duas grandes regiões. De um lado, a Amazônia, uma porção do Centro-Oeste e pequenos trechos do Ceará e Piauí; do outro, as regiões Sul, Sudeste e todo o resto do Nordeste. Ele começa na Argentina, passa pelo Paraguai e vai até o litoral do Ceará, totalizando 5 mil quilômetros (km) de extensão. Registra profundidades de até 40 km e, em alguns trechos, pode ter 200 km de largura. Como se formou quando a América do Sul e a África ainda faziam parte de um mesmo supercontinente, Gondwana, ele tem uma continuação no continente africano, o lineamento Kandi, que cruza o Saara por cerca de 4 mil km.
Essa falha na crosta originou-se no período geológico chamado Ciclo Brasiliano, entre 750 milhões e 540 milhões de anos atrás, quando o cráton do São Francisco se chocou com o cráton amazônico. Crátons são pedaços antigos relativamente estáveis das placas tectônicas. A colisão desses dois blocos gerou movimentação de rochas, misturou as mais recentes com as mais antigas e juntou rochas pobres e ricas em minerais magnéticos. Também foram geradas outras falhas geológicas. Algumas delas foram preenchidas por sedimentos que se depositaram e começaram a formar as bacias.
Depois de consolidado, o lineamento voltou a se movimentar. A primeira vez  foi no Cambriano, cerca de 540 milhões de anos atrás, e depois no Mesozóico, entre 252 milhões e 65 milhões de anos atrás. Essas movimentações abalaram ainda mais a estrutura do lineamento, misturando mais as rochas e sedimentos à sua volta. Hoje não há choques entre as bordas dos crátons. Eventualmente, em intervalos de milhões de anos, podem ocorrer pequenos movimentos nas bordas, mas o bloco como um todo é estável.
Os dados obtidos no projeto do lineamento transbrasiliano continuarão sendo analisados. Uma das ideias é fazer mapeamentos mais detalhados de algumas áreas. Eles podem desvendar com mais precisão a origem das bacias sedimentares que o lineamento cruza. “O natural agora é ir aumentando o zoom”, conclui Julia.

Fonte: http://geofisicabrasil.com

Etapa de acumulações marginais da 13ª Rodada

Nesta quinta-feira, 10 de dezembro, será realizada no Rio de Janeiro a segunda etapa da 13ª Rodada de Licitações – Acumulações Marginais. A Rodada terá início às 9h e ocorrerá no Auditório do Escritório Central da ANP, na Av. Rio Branco, 65, 13º andar, Centro.
Todos os oito setores previstos no edital receberam confirmação de interesse das empresas inscritas e, por isso, todos serão oferecidos na sessão pública de apresentação de ofertas.
No certame, serão oferecidas dez áreas inativas com acumulações marginais, distribuídas em oito setores de seis bacias sedimentares, totalizando 53 km² de áreas em oferta. As áreas, localizadas nos estados da Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Paraná e Rio Grande do Norte, são: São João, Alto Alegre, Iraí, Bela Vista, Riacho Sesmaria, Paramirim do Vencimento, Fazenda Gameleira, Miranga Leste, Lagoa do Doutor e Barra Bonita.
Áreas inativas com acumulações marginais abrangem a área de concessão com descobertas conhecidas de petróleo e/ou gás natural onde não houve produção ou a produção foi interrompida por falta de interesse econômico.
As áreas foram selecionadas em bacias de novas fronteiras e bacias maduras, com o objetivo principal de oferecer oportunidades a pequenas e médias empresas, possibilitando a continuidade dessas atividades nas regiões onde exercem importante papel socioeconômico, com geração de empregos e distribuição de renda.
Nesta segunda etapa da 13ª Rodada de Licitações – Acumulações Marginais, 21 sociedades empresárias foram aprovadas pela Comissão Especial de Licitação (CEL) e estão aptas a participar da licitação. Clique aqui para ver a lista.

Serviço

  • Etapa de acumulações marginais da 13ª Rodada
  • Data: 10/12/2015
  • Horário: 9h
  • Local: Auditório do Escritório Central da ANP - Av. Rio Branco, 65, 13º andar, Centro, Rio de Janeiro


Fonte: http://geofisicabrasil.com

Petroleiras esperam novos leilões do pré-sal ano que vem

O Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP) espera que o governo realize no ano que vem leilões de jazidas do pré-sal já descobertas que se estendem para fora dos contratos de concessão. Pelos cálculos da entidade, há reservas entre 1,6 bilhão e 2 bilhões de barris hoje nesta situação.
São cerca de 20 áreas, que compreendem pedaços de reservatórios que se estendem para fora dos blocos concedidos em leilões passados. Como estão em áreas não concedidas, as reservas pertencem à União.
Segundo a lei, essas áreas devem ser licitadas no regime de partilha da produção, que prevê uma fatia mínima de 30% para a Petrobras. A Folha antecipou em outubro que o governo estudava acelerar estes leilões para ajudar a levantar recursos.
"É razoável esperar que leilões ocorram no próximo ano, se todas as questões regulatórias forem acertadas. É imperativo para dar uma resposta a quem comprou blocos e, do ponto de vista do país, é importante porque destrava investimentos", disse o secretário executivo do IBP, Antônio Guimarães, após evento no Rio.
Atualmente, há um grupo de trabalho envolvendo ministérios e órgãos ligados à indústria do petróleo discutindo o modelo de licitação e termos dos acordos de individualização das áreas (como fazem parte de jazidas já concedidas, a exploração deverá ser feita em conjunto com o concessionário atual, a partir de um acordo que define a partilha dos investimentos e da produção futura).
Enquanto os acordos não forem assinados, diz Guimarães, o projetos correm em ritmo lento por falta de definição sobre as responsabilidades de cada sócio. "Alguns estão até parados", disse.
O IBP defende o fim da exclusividade da Petrobras na operação do pré-sal, com o objetivo de garantir o investimento enquanto a estatal enfrenta crise financeira.
O tema é parte de uma agenda mínima para a indústria do petróleo lançada este ano em parceria com entidades ligadas a fabricantes de equipamentos, que ainda pedido mudanças nas regras de conteúdo local e no licenciamento ambiental de áreas para exploração de petróleo.
Guimarães argumentou que o setor de petróleo tem grande potencial de investimentos, que podem ajudar no processo de recuperação da economia.
Em apresentação no evento, o professor do Instituto de Economia da UFRJ e ex-diretor do BNDES, Ernani Torres, ressaltou que o petróleo representa 56% do investimento industrial no Brasil, segundo contas do banco de fomento.
Ele lembrou que, em sua última projeção de investimentos, a instituição apontou uma queda de 29,5% na estimativa de aportes no setor, que passou de R$ 458 bilhões entre 2014 e e 2017 para R$ 353 bilhões entre 2015 e 2018.
"O BNDES deve divulgar nova revisão no início do ano que vem e o número deve vir ainda menor", afirmou.

Fonte: http://geofisicabrasil.com

DA VINCI – A EXIBIÇÃO




As invenções do cientista Leonardo Da Vinci podem ser manuseadas pelos estudantes com o auxílio dos monitores, em um ambiente interativo, informativo e lúdico. O público poderá conferir mais de 60 peças, 44 delas interativas, criadas em colaboração com artesãos italianos responsáveis por interpretar o antigo dialeto florentino.
Os especialistas deram vida às invenções e aparelhos projetados por Da Vinci, alguns deles que não chegaram a ser construídos devido à falta de tecnologia no século XVI. O parafuso aéreo (princípio do voo de helicóptero), tanque, carro a manivela, além de máquinas das áreas de robótica e mecânica são algumas das peças interativas.
A exposição ainda traz as mais importantes pinturas do artista, como réplicas de Monalisa, a Anunciação e a Santa Ceia, esta última em tamanho original. Nos estados de Minas Gerais, Ceará, Pernambuco e Espírito Santo, mais de 45 mil alunos e professores de escolas públicas participaram da exposição. “Da Vinci – A Exibição” também já passou por Las Vegas, Manila, Buenos Aires, Cidade do México, Santiago de Chile, Quito, Bogotá, Montevidéu e outras cidades do mundo.

Fonte: http://www.ibahia.com