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segunda-feira, 30 de março de 2015

Para escritora e ativista Naomi Klein, a taxação de carbono sobre combustíveis fósseis deve acontecer já

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“O capitalismo está nos dando um presente com a queda do preço do petróleo. Não vamos desperdiçar esta que pode ser nossa última oportunidade para evitar um aquecimento global catastrófico”. Com este argumento contundente, Naomi Klein explica porque este seria um momento único no cenário mundial para ser criado um imposto de carbono sobre os combustíveis fósseis.
Em um vídeo – intitulado Let’s kick oil while the price is down (Vamos largar o petróleo enquanto o preço está baixo, em tradução livre) -, gravado para o site do jornal britânico The Guardian, Naomi cita como algumas crises mundiais deflagraram importantes e positivas transformações econômicas e sociais.
Ela acredita que as mudanças climáticas podem ter o mesmo papel no cenário atual. Lembra, por exemplo, como o desastre nuclear em Fukushima fez com que organizações ambientais na Alemanha saíssem às ruas e exigissem do governo uma mudança radical na matriz energética do país. Atualmente, 30% da eletricidade alemã vem de energias renováveis.
Para Naomi, a atual queda de 50% no preço do barril do petróleo nos últimos seis meses pode ser um destes acontecimentos catalisadores. “Acho que é a hora de criarmos um imposto significativo sobre o carbono, caso não o façamos, o preço baixo do petróleo vai continuar estimulando o investimento neste setor”, afirma.
A implantação de impostos sobre os combustíveis fósseis agora – enquanto o valor do barril está baixo – seria um processo transitório mais fácil de ser absorvido por empresas, governos e consumidores e estimularia o investimento em renováveis. Este seria o momento ideal para companhias do mundo todo pararem de investir na exploração e comercialização de combustíveis fósseis.
Naomi defende que, ao incentivar o desenvolvimento de tecnologias limpas, os países estariam dando mais poder ao cidadão e a força de decisão e controle de preços e modelos econômicos seria retirada da mão das grandes multinacionais. “Se o dinheiro público for investido em energia, deve ser feito nas renováveis. Gerar empregos neste setor faz muito mais sentido”, diz a ativista.
A ativista canadense é autora de diversos livros, entre eles duas obras sobre as mudanças climáticas: Doutrina do Choque: a Ascensão do Capitalismo de Desastre, lançado em 2007, e This Changes Everything: Capitalism vs the Climate (Isto Muda Tudo: Capitalismo Versus Clima, ainda não traduzido no Brasil), publicado no ano passado (leia resenha escrita pelo sociólogo Ricardo Abramovay).
Ela é a mais nova e influente voz a se juntar à campanha Keep it in the ground, promovida pelo jornal inglês britânico The Guardian, em prol dodesinvestimento em combustíveis fósseis.



Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br

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