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quarta-feira, 4 de maio de 2016

Grande Belo Horizonte registra tremor de terra

Segundo os observatórios sismológicos da Universidade de São Paulo e da UnB, abalo atingiu entre 3.5 e 3.7 graus na Escala Richter. Moradores de Esmeraldas, Betim e outras cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte relatam em redes sociais que sentiram o terremoto.
O Observatório Sismológico da Universidade de São Paulo (USP) registrou um tremor de terra no município de Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, no início da manhã desta segunda-feira. Segundo o centro especializado, o tremor atingiu 3.5 graus na Escala Richter. Moradores de cidades como Betim, Contagem e Ibirité, por meio de redes sociais,  dizem que foi possível sentir a terra tremer nesses lugares, mas, segundo o Corpo de Bombeiros, nenhuma ocorrência foi gerada em virtude dessa situação.
Dados do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (Obsis) confirmam o abalo sísmico de magnitude 3.7, às 6h21, considerado razoável.
Data: 02 de Maio de 2016  (123)
Hora de origem: 09:21:16 (UTC)
Hora (Horário Brasília): 06:21:16
Epicentro: Próximo ~ 20km Betim (MG)
Lat.: -19,80º - Long.:-44,31º (Erro: ± 1km) - Prof. 10 km (fixa)
Fases usadas : 53
Magnitude: 3,7 mR

Imagens referentes ao evento (clique na imagem para ver a sequência ampliada):
obsis unb sismo esmeraldas mg
O técnico em sismologia do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), João Roberto Barbosa, afirma que o epicentro do tremor deve ficar entre a região de Esmeraldas e Betim, locais onde foram relatados maiores efeitos e sensações relacionadas ao terremoto.
Ainda de acordo com o especialista, o evento trata-se de um sismo moderado, comum no território nacional. "Estamos no centro da placa sul-americana e, por isso, não convivemos com grandes terremotos como os que acontecem nas bordas das placas com magnitude 6", diz.
Segundo José Roberto, um abalo sísmico da ordem de 3.5 a 3.8 não tem atividade catastrófica e são frequentemente percebidos no Centro-Oeste, Norte e Sul do país. "Eles podem causar trinca nas paredes, derrubar objetos e a queda de uma casa, por exemplo, só ocorreria se o epicentro estivesse exatamente embaixo de uma casa completamente desestruturada", pondera.
A causa da recorrência desse tipo de evento, de acordo com o técnico, seria a movimentação das placas tectônicas, que anualmente se deslocam alguns centímetros. "A terra é dinâmica e as diversas placas que formam os continentes se movimentam. Os materiais vão se atritando e acumulando tensões que são liberadas gradativamente", lembra.

Sem ocorrências 

Em Betim, onde moradores também sentiram o abalo, o superintendente da Defesa Civil, José Coelho, afirma que não houve registro de ocorrências, mas que cresceu o número de atendimentos a pessoas curiosas, que querem saber o que aconteceu na cidade. Em Belo Horizonte, a Defesa Civil Municipal informou que não foi registrada nenhuma ocorrência referente ao tremor.
Em Esmeraldas, local do epicentro do tremor, também não foram registradas ocorrências relativas ao abalo, segundo informou Defesa Civil municipal. Entre os bairros onde os tremores foram sentidos com mais intensidade, o secretário de obras Silvio Lúcio destacou o Novo Retiro, Santa Cecília e Centro no sentido Betim. De acordo com o secretário, essa é a primeira vez que moradores de Esmeraldas sentem um tremor com essa intensidade. Há aproximadamente dois meses, um abalo de intensidade menor foi relatado por moradores da região de Andirobas, na divisa com Sete Lagoas.
O estudante Charleston Vinícius de Carvalho, 18 anos, estava em casa, no Bairro Petrolândia, divisa de Betim e Contagem, quando houve o tremor. "A casa sacudiu e eu percebi mais pela cama e janelas, que bateram. Minha irmã de 11 anos ficou assustada. Minha mãe já tinha saído e me pediu para olhar se não tinha nenhuma rachadura. Verifiquei a casa toda e não achei nada", afirma.
Pelo Twitter, Erid Evangelista postou a seguinte mensagem: "Acordei umas 6h25 sentindo a cama tremer e as janelas faziam muito barulho. Era tremor de terra mesmo aqui em Betim. Pensei que estava sonhando", disse o leitor. Já Danuza Lima, também pelo Twitter, disse que teve a mesma sensação em Contagem. "Bom dia. Às 6h20 senti um tremor de terra em Contagem. Achei que estivesse ficando doida, mas outras pessoas também sentiram".
Rodrigo Nogueira usou o mesmo microblog para questionar: "Tremor de terra ou alguma explosão às 6h23 em Betim?", perguntou. Marcos Gonçalves foi mais um a registrar na ferramenta virtual suas impressões. "Senti tremor de terra agora às 6h25. Estou preparando para sair, moro no Bairro Angola, em Betim.
Pelo WhatsApp, o gerente comercial Marcus Aurélio de Souza contou que sentiu o tremor às 6h22: "no início, fiquei sem saber o que estava acontecendo. Alguns segundos depois, notei que era um tremor de terra. Após algum tempo de silêncio total, vi os moradores indo para janelas e ruas para entender o que estava ocorrendo", contou o morador de Betim.
Em Contagem, Danuza Lima, moradora da Região da Ressaca, disse que sentiu o tremor de terra por volta das 6h20, quando estava em casa. "A casa tem três andares e a sensaçao que eu tive é de que abalou toda a estrutura do imóvel. Foi muito estranho, intenso, porém rápido."

Minas Gerais teve 11 terremotos em abril

Dados são do Observatório Sismológico da Universidade de Brasíla (Obsis) e mostram abalo que atingiu entre 3.5 e 3.7 graus na Escala Richter foi o maior no período
em 11 terremotos abril 2016
(foto: Arte/Soraia Piva)

Outros 11 terremotos foram registrados em Minas Gerais em abril pelo Observatório Sismológico da Universidade de Brasíla (Obsis). Entre os municípios já atingidos, Januária, Sete Lagoas, Prudente de Morais, Itacarambi, Januária, Cônego Marinho e Funilândia. Alguns deles, inclusive, chegaram a registrar tremores mais de uma vez no mês, como Januária e Pedro Leopoldo. O tremor de Esmeraldas é o maior em magnitude, segundo a Obsis. Dados do observatório, apontam que o abalo sísmico teve magnitude de 3.7graus na Escala Richter e foi considerado razoável.Os demais terremotos tiveram escala que variaram entre 1.4 e 3.5 graus.
A ocorrência dos sismos na Região Metropolitana de Belo Horizonte teria como causa uma falha geológica na região. A informação é do professor Lucas Vieira Barros, do Observatório Sismológico da Univerdade de Brasilia. Ele disse que ao longo dos anos já foram registrados diversos tremores em municípios próximos da RMBH, como Pedro Leopoldo, Nova Lima e Betim. Na região, segundo o especialista, sempre ocorreram tremores de menor magnitude – normalmente 3.0 graus. "Mas abalos como o de hoje de 3.7 também podem ocorrer com certa frequência".
Vieira Barros afirmou que os tremores na região são resultantes de ações tectônicas provenientes do interior da terra. "Isso indica a existência de uma zona de fraqueza ou de falha geológica na região, que precisa ser investigada." Questionado sobre os tipos de orientações que devem ser dadas aos moradores, ele afirmou que não é possível prever se outros tremores de maior intensidade ocorrerão ou não, mas garantiu que no Brasil não existem terremotos acima de 5 graus na escala. Em Minas Gerais, o maior evento foi o de 4.9, em Caraíbas, no Norte de Minas, em 9 de dezembro de 2007, quando ocorreu a primeira morte por terremoto no Brasil.
Fonte: http://geofisicabrasil.com/

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