No dia 29 de abril de 2016, foi realizado no auditório do Escritório Central da ANP, no Rio de Janeiro, um workshop sobre o projeto Geobiocal, desenvolvido pelo Laboratório de Análise de Minerais e Rochas (LAMIR), da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em parceria com pesquisadores da Universidade de Hiroshima.
Trata-se de projeto financiado pela empresa Frade Japão Petróleo Ltda, com utilização dos recursos previstos na Cláusula de Investimento em P,D&I, constante nos contratos para exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural.
O projeto dedicou-se ao estudo de microbialitos, depósitos organo-sedimentares acrescidos pela ação de comunidades microbiais bentônicas, as quais aprisionam e ligam os sedimentos detríticos e/ou formam a precipitação mineral in loco (Burne & Moore, 1987; Riding,1991).
Segundo os pesquisadores do projeto, os estudos recentes realizados em microbialitos visam compreender os processos biogeoquímicos e as condições ambientais nas quais estes estão sendo formados, a fim de compreender o papel dos sistemas vivos na formação de rochas carbonáticas. O grande desafio atual é identificar os sistemas vivos modernos, modelos únicos para entender as questões fundamentais da interface da biologia e geologia.
O trabalho consistiu, portanto, na seleção de áreas e afloramentos em sítios específicos – travertinos modernos em fontes hidrotermais no Japão, estromatólitos de lagoas fluminenses, e estromatólitos do município de Bonito, Mato Grosso do Sul, e realização de estudos geomicrobiológicos e petrofísicos para caracterização dos reservatórios microbiais, bem como pesquisa do processo de sedimentação associado às atividades microbiais em ambientes modernos e potenciais análogos no registro geológico.
A. Estromatólitos: Lagoa Vermelha, Norte Fluminense, Brasil.
B. Travertinos: Fonte hidrotermal Nagayu, Região Sul do Japão.
C. Litofácies estromatolítica, com estromatólitos de até 2 cm: Bonito, Centro-Oeste do Brasil
Para os pesquisadores, a análise microestrutural de propriedades das rochas combinada com a compreensão dos processos biológicos responsáveis pela geração da mineralogia associada é base para o entendimento dos modelos de porosidade gerada em ambientes de formação de microbialitos. Para tanto, foi proposta a utilização de novas técnicas analíticas na compreensão dos depósitos organossedimentares e o desenvolvimento de novas metodologias, complementando a análise dos dados geológicos com informações biológicas.
A compreensão da importância das atividades microbiais como geradoras de diferentes texturas sedimentares em rochas carbonáticas permite descrever novas estruturas e feições de porosidade com implicação direta em modelos de reservatórios carbonáticos. Para os autores, o conhecimento adquirido no desenvolvimento deste projeto poderá ser útil para o entendimento de microbialitos antigos preservados no registro geológico.
Mais informações sobre o projeto podem ser obtidas junto ao Laboratório de Análise de Minerais e Rochas (LAMIR), da UFPR, no seguinte endereço eletrônico lamir@ufpr.br.
Boletim Petróleo e P&D nº 32
Fonte: http://geofisicabrasil.com/
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