A princípio
eles foram desenvolvidos como um equipamento bélico; os Estados Unidos
usam os drones como arma militar. Mas, mais recentemente, os drones
conquistaram os civis e agora muita gente usa como brinquedo e,
principalmente, para fazer imagens aéreas.
"O drone foi feito
para a espionagem. A filmagem aérea que gerou este tipo de equipamento é
uma variação do que ele foi criado para fazer", explica Marino,
proprietário da Oficina do Hobby.
Já existe uma
infinidade de modelos disponíveis para quem quiser – e puder – comprar.
Os preços variam de 500 a 30 MIL reais. O incrível é que todos usam
praticamente a mesma tecnologia: GPS, acelerômetro, giroscópio e um
processador que interpreta e essas informações e controla os motores.
"A
placa é simplesmente um processador. Então para ter um desempenho legal
da aeronave, você precisa ter uma placa com um processmento rápido e um
programa legal que sente o que acontece com a aeronave para corrigir",
explica Marino.
O drone tem um giroscópio e acelerômetro, igual
em qualquer smartphone. Com isso, o computador sabe o tempo inteiro a
posição do drone, explica Luis Neto, CEO da GoCam. É possível
identificar se ele está na horizontal, vertical, inclinado e quantos
graus de inclinação. A máquina interpreta os dados e manda o sinal para o
motor, que fala para um lado acelerar mais do que o outro para ir para
um lado ou para o outro.
Diversas empresas apostaram no potencial dos drones para oferecer o serviço de filmagens aéreas. As imagens são incríveis...
"Ele é feito para ir a lugar onde você não conseguiria chegar normalmente", explica Marino.
"O
drone possibilita você fazer imagens mais próximas do solo do que um
helicóptero convencional, imagens simulando uma grua infinita. Você
consegue mesclar imagens de grua com as de helicóptero para dar um
resultado bem", explica Neto.
A maioria dos modelos é muito fácil de ser controlada.
"Ele
praticamente voa sozinho. Você liga o GPS e ele para em uma posição. Se
você tirar a mão do controle, ele fica na mesma posição", conta André
Visconti, CEO da DroneStore.
Dos mais simples aos mais modernos, todos são
bastante seguros e inteligentes. O processador que controla o voo é
programado para realizar diversas funções automaticamente como, por
exemplo, caso o aparelho perca contato com o controle remoto.
"Se
perder a comunicação entre o controle e o helicóptero, ele liga o GPS
Hold, vai ficar parado onde está. Vai subir a 20 metros de altura e
voltar em linha reta para o ponto de decolagem e pousar devagar. Se o
vento levar ele para um lado, o computador pensa e leva ele de volta
para a coordenada", conta Luis Neto.
Mas o cérebro dos drones
também pode ser programado para ações mais complexas e interessantes.
Marino dá o exemplo de que é possível colocar um chip em uma pessoa e o
drone seguirá aquele chip apontando a câmera para aquele ponto.
Além do controle remoto, alguns drones possuem
câmeras. As imagens podem ser vistas em uma tela ou em óculos e, aí, a
sensação é ainda mais legal... No monitor ou nos óculos, o usuário tem
informações como altitude, distância e até inclinação do drone em voo.
Além
do uso militar, as filmagens com os drones são usadas para detecção de
pragas nas lavouras, na perseguição de fugitivos, controle de fronteiras
e até no monitoramento de usinas nucleares. Mas, é claro, tem quem use
por pura diversão.
Aplicação é o que não falta
no uso dos drones. Na Inglaterra, uma famosa marca de pizzas apresentou
um vídeo em quem um drone – ainda em fase de testes – entrega uma pizza a
mais de seis quilômetros de distância. Há quem duvide da façanha devido
a interferências e controle de voo quando o drone já fugiu do campo de
visão do usuário. Porém os mais otimistas acreditam que muito em breve
vamos estar cercado de drones por todos os lados; levando e trazendo
encomendas... será?!
Com modelos a partir de 200 reais, o uso de drones
cresce rapidamente no Brasil e no mundo. No início do ano, na CES, em
Las Vegas, vimos um pavilhão dominado por inúmeras empresas que
apostaram no segmento. Mas estes voos ainda geram muita controvérsia.
Nos Estados Unidos, a promessa é que uma lei seja decretada ainda este
ano; no Reino Unido e na França já há legislação específica.
Mas,
aqui no Brasil, a regulamentação dos drones é um problema – e dos
grandes. E pelo jeito ainda estamos longe de ter uma regulamentação
específica.
Dois desafios dificultam a criação de uma lei: a
privacidade, já que a maioria dos drones leva embarcada uma câmera de
alta definição; e a segurança, afinal um drone pode machucar seriamente
uma pessoa ou até, no pior dos casos, causar um acidente aéreo.
A Anac informou que engenheiros, pilotos e
especialistas no assunto discutem as questões técnicas para formular uma
proposta de regulamentação para o uso de drones. Por enquanto, a
maioria dos voos é enquandrada como recreação por voar abaixo dos 120
metros. Neste caso, aplica-se a regulamentação baseada no aeromodelismo.
Pela regra, aparelhos de até 25 quilos podem ser usados por civis. Mas,
sim, existem modelos que vão muito além, podendo alcançar mil metros de
altitude. A fiscalização do uso dos drones é feita pela própria Anac.
As sanções variam de uma a cinco anos de prisão, caso o usuário do drone
ofereça riscos ao transporte aéreo.
No Brasil, uma “instrução” da Anac proíbe a utilização
do equipamento em áreas urbanas e avalia um a um os pedidos para uso
comercial. O uso dos drones depende de um trâmite extremamente
burocrático. O usuário precisa de uma autorização dupla: uma emitida
pela própria Anac e outra do Departamento de Controle do Espaço Aéreo.
Já para comprar os drones não há qualquer restrição.
Incentivado pelos amigos, o drone se tornou um hobby
na vida do Leonardo há mais de um ano. Além desta miniatura, ele usa um
modelo maior mais moderno para fazer imagens aéreas e se distrair. Os
cuidados – de quem já não é nenhum menino e conhece os perigos – são
questão de bom senso.
Ainda que desconheça as exigências da Anac, ele
acredita que usar seu drone como um brinquedo, tomando os cuidados que
acabou de citar, não oferece riscos a ninguém. Mais do que isso,
interessante é saber que modelos de drone como este – e muitos outros do
mesmo estilo – possuem uma série de tecnologias embarcadas para
oferecer maior segurança.
Ou seja, se um usuário, por exemplo tentar invadir a
área do Aeroporto de Congonhas, assim que o GPS de drone identificar a
localização, ele automaticamente aterrisa. Determinado pelo próprio
software do aparelho, existe um cone de segurança que impede a
penetração do drone naquela região. No ano passado, dois homens foram
presos nos Estados Unidos por usar um drone em uma área proibida.
Tudo bem, nem todos os proprietários de drones são
assim conscientes e cuidadosos como o Leo; por isso, uma regulamentação
oficial é mais do que necessária para garantir a segurança das pessoas
e, principalmente, do tráfego aereo. E se esses robôs voadores se tornam
cada dia mais populares, é questão de tempo para vermos muitos deles
voando por aí... A gente só espera que diferente da maioria das coisas
no Brasil, haja realmente fiscalização e controle... antes que seja
tarde demais.
Fonte: http://olhardigital.uol.com.br
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