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quarta-feira, 6 de maio de 2015

Plataforma de petróleo

Poucas empresas brasileiras foram atingidas mais duramente pela Operação Lava Jato do que as operadoras de plataformas.
A Queiroz Galvão Óleo e Gás Constellation, uma das maiores, viu alguns de seus bonds perderem quase metade do valor nos dois meses anteriores a janeiro depois que sua empresa-mãe foi implicada na apuração de supostos subornos.
Agora, a dívida é o alvo principal de uma onda de compras.
Esta é a última volta da fortuna depois que a Petrobras divulgou no dia 22 de abril seus resultados financeiros auditados pela primeira vez desde novembro.
O balanço levou em conta o custo da corrupção, gerando a sensação otimista de que os piores danos ficaram para trás. Desde a divulgação, as notas da operadora de plataformas deram um salto de mais de 13 por cento.
“Temos visto muitas compras”, disse Marcelo Lima, gerente de negociação de renda fixa da INTL FCStone Securities Inc., de São Paulo. “Temos tido interesse dos clientes”.
A assessoria de imprensa da Queiroz Galvão Óleo e Gás Constellation preferiu não comentar sobre seus bonds ou sobre a investigação às empreiteiras acusadas de inflar os preços cobrados da Petrobras e pagar propina aos seus executivos.
A empresa-mãe Queiroz Galvão SA disse em um comunicado, no dia 14 de novembro, que todos os seus contratos estão dentro da lei.
Contratos da Petrobras
A Queiroz Galvão, que possui 51 por cento das ações com direito a voto da operadora de plataformas, foi uma das 23 empresas proibidas em dezembro de assinar contrato com a Petrobras.
Os executivos da unidade de plataformas de petróleo não estão sendo investigados.
A fornecedora de plataformas tem mais chances de manter seus contratos com a Petrobras -- sem mudanças que possam reduzir suas receitas -- porque não foi implicada diretamente na investigação, disse John Haugh, estrategista corporativo da Mizuho Securities Co. para a América Latina.
Sete das oito plataformas offshore da Queiroz Galvão Óleo e Gás Constellation, que tem sede em Luxemburgo, estão contratadas pela Petrobras.
“Os investidores confiam nas equipes de gestão dessas empresas e entendem que as companhias, em sua essência, são sólidas e têm liquidez”, disse Haugh, em resposta a questões enviada por e-mail.
As notas da operadora de plataformas, que são garantidas por contratos de afretamento de longo prazo com a Petrobras, atingiram nesta semana a maior alta em quase cinco meses, de 74 centavos de dólar, com queda dos yields para 14,26 por cento, segundo dados compilados pela Bloomberg.
‘Potencial limitado’
Para o analista Omar Zeolla, da Oppenheimer Co., o risco de que a Petrobras, que tem sede no Rio de Janeiro, possa renegociar seus contratos com as fornecedoras faz com que os bonds dessas empresas ofereçam, no momento, um “potencial limitado de aumento”.
“Eu acho, no momento, que você meio que perdeu o bonde”, disse ele, por telefone, de Nova York, em referência ao rali dos bonds.
Contudo, com a recuperação dos preços do petróleo, é menor a probabilidade de a Petrobras cancelar ou alterar os contratos das plataformas de perfuração, disse Jason Trujillo, analista da Invesco Ltd.
Ele prevê que o prêmio dos bonds das operadoras de plataformas sobre as notas de vencimento similar da Petrobras retornará aos níveis vistos antes do surgimento do escândalo, em novembro.
A diferença atualmente está em 9,5 pontos porcentuais, contra um gap de 1,6 ponto porcentual em julho.
“Os yields estão atrativos agora”, disse Trujillo, de Atlanta, por e-mail.

“Vimos uma redução significativa da incerteza em torno do escândalo da Petrobras. O assunto não acabou, mas os investidores agora são capazes de avaliar melhor o risco”.

Fonte: http://exame.abril.com.br

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