Publicidade

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Exploração de gás natural precisa de investimentos em P&D

Os dados da Agência Internacional de Energia revelam que a produção de gás natural no Brasil, extraída em terra, tem potencial de passar dos atuais 3 bilhões de metros cúbicos por ano para 20 bilhões em 2035, considerando os recursos de gás convencional e não convencional - que precisa ser extraído de rochas porosas em profundidades maiores. 
 
Especialistas apontam que essa vantagem natural poderia tornar o País não apenas um líder no mercado internacional, como também seria um trunfo na diversificação da matriz energética brasileira.
petrobras sondas terrestres
Mas para isso ocorrer, é necessário dinamizar a exploração do gás natural no Brasil, que atualmente está focada apenas em alto mar, mais precisamente nas reservas da área do pré-sal. Para propor uma política de desenvolvimento da produção de gás em terra no País, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresentou nesta terça-feira (12) o estudo "Gás Natural em terra: uma agenda para o desenvolvimento e modernização do setor".

Na avaliação do coordenador do estudo e participante do Grupo de Economia da Energia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), professor Edmar de Almeida, a exploração de gás em terra enfrenta desafios em ser atrativa para investimentos. Por isso, é necessário da parte do governo criar incentivos tributários para o setor produtivo, que por sua vez deve investir em pesquisa e desenvolvimento (P&D) para obter as tecnologias necessárias para a exploração.

Uma delas diz respeito ao fraturamento hidráulico, que é a injeção de água em altíssima pressão, junto com areia e produtos químicos, para criar um caminho dentro da rocha em que o gás sai. Mas esse processo precisa ser adaptado ao tipo de rocha da região, sendo estudado e posto em prática.

"É preciso fazer um investimento muito grande em processos de aprendizado tecnológico, que é o que chamamos na academia de learning by doing. A gente só vai conseguir produzir o gás não convencional depois de perfurar muito poço para descobrir como as técnicas de fraturamento podem funcionar melhor nas características geológicas brasileiras. E para esse processo de aprendizado é preciso incentivar, inclusive com P&D", afirmou o professor.

Potencial

Segundo Almeida, a própria Agência Internacional de Energia avaliou o Brasil como um dos dez países com maior potencial de produção de gás não convencional no mundo. "O Brasil está abrindo mão de um grande potencial num contexto que nós importamos metade do nosso gás e temos uma das ofertas de gás mais caras no mundo. É um tiro no pé", comentou.

Na avaliação do coordenador, o investimento em P&D, que seria o essencial para se dar o primeiro passo, até o momento não foi feito. "Se precisa de muitos recursos para isso, mas não se tem apoio para fazer isso. Tudo é feito com capital privado, e ainda por cima, agora que as empresas iriam começar o fraturamento houve uma moratória no estado de Minas Gerais e o Ministério Público proibiu. Ou seja, o que está se querendo fazer é proibir um processo de aprendizado tecnológico", pontuou.

Com o estudo, Almeida identificou e avaliou as principais barreiras econômicas e regulatórias para o desenvolvimento da exploração do gás natural em terra no Brasil, e elaborou uma agenda de reformas para acelerar a atividade no País. Com o documento, é esperado o incentivo para começar a se debater a criação de um ambiente mais propício para o setor.

Fonte:  http://geofisicabrasil.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário