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quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

A eterna maldição do petróleo

Em novembro de 2007, a Petrobras divulgou a descoberta de petróleo no campo de Tupi, na Bacia de Santos. Era a primeira de uma série de novas reservas do pré-sal anunciadas pela estatal nos meses subsequentes. Eram tempos de valorização acentuada do barril, um movimento exacerbado pela demanda crescente da China e pela aposta de investidores de que a matéria-prima subiria ainda mais.

Em fevereiro de 2008, o barril do tipo Brent, o mais negociado no mercado europeu, superou a marca de 100 dólares pela primeira vez. Cinco meses depois, atingiu o seu valor máximo, vendido por 142 dólares. O governo e também os analistas fizeram as contas e divisaram um futuro encantado, de exportações bilionárias de petróleo e uma enxurrada de dólares ingressando no Brasil.

Na quinta-feira passada, o preço do barril chegou a 69 dólares. A fome mundial pelo petróleo arrefeceu. Ao mesmo tempo, houve um aumento expressivo na produção mundial, sobretudo nos Estados Unidos, graças ao boom do óleo e do gás extraídos das rochas de xisto. Por fim, as cotações desabaram depois de a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) ter decidido não reduzir o nível atual de oferta de seus associados. Trata-se de mais uma notícia extremamente negativa para a indústria petrolífera nacional, já em estado crítico após anos de manipulação de preços dos combustíveis, sem falar no escândalo do petrolão. Se a tendência de queda nas cotações internacionais se prolongar, como anteveem alguns dos melhores analistas de renome mundial, a rentabilidade da Petrobras será duramente atingida. O custo de produção de um barril do pré-sal varia de acordo com o campo, mas é estimado em 50 dólares. "A queda do preço do barril compromete os investimentos no pré-sal e coincide com um momento em que a estatal está com a dívida muito elevada e um plano de negócios ambicioso já comprometido", afirma Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). "A sua dívida líquida está em torno de 240 bilhões de reais, sendo 80% em moeda estrangeira."

A Petrobras se vê no pior dos mundos. Demorou a explorar as novas jazidas enquanto o preço era favorável, porque precisou aguardar que o governo executasse mudanças na legislação do setor e foi obrigada a fazer contratos de equipamentos de conteúdo nacional de fornecedores muitas vezes novatos no setor. Pagou caro para investir, e receberá menos na hora de vender. O governo chegou a suspender por cinco anos os leilões para a exploração das reservas. Perdeu a janela dos preços favoráveis. A euforia despertada pela corrida do "ouro negro" também levou, em 2010, à elaboração de um plano de investimentos quinquenal mais ambicioso que o da líder mundial do setor, a americana Exxon. Especialistas alertaram, em vão, para o fato de a empresa estar assumindo os riscos de executar "o maior programa de investimento do setor privado da história". Em 2011, um relatório do departamento de energia dos Estados Unidos já advertia: "O crescimento da produção do pré-sal é incerto, dados os desafios financeiros, regulatórios e operacionais envolvidos".

O pré-sal tomou-se realidade, mas o avanço total na produção ficou bem aquém das previsões. Das 45 plataformas de exploração que a Petrobras pretendia adquirir segundo o planejamento feito em 2010, apenas 23 estão em alto-mar. "A Petrobras nunca teve e tampouco terá recursos financeiros e humanos para arcar com a exploração simultânea de todos os campos", diz David Zylbersztajn, ex-diretor da Agência Nacional do Petróleo (ANP). "Se em 2007 o governo tivesse dado mais abertura aos investimentos estrangeiros, estaríamos em outra situação agora. Oportunidade como aquela nós não teremos nunca mais." Não é apenas a empresa que perde, mas também a economia como um todo. Avolumam-se notícias de dificuldades financeiras de empresas que respondem pela contratação ou pela fabricação de equipamentos, motivadas pela baixa produtividade, pela pouca experiência e pelos atrasos. Cerca de 4000 trabalhadores da Alumini Engenharia que atuam nas obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, estão há mais de dois meses sem receber salário. Milhares de funcionários da lesa, uma fornecedora de equipamentos de exploração, estão com o futuro incerto, depois de a empresa, citada no petrolão, ter perdido contratos com a estatal e entrado em recuperação judicial. A curto prazo, a queda do petróleo poderá até ter efeitos positivos para a estatal, porque ela deixará de perder dinheiro com a gasolina defasada. Do ponto de vista dos investimentos, entretanto, o novo cenário preocupa. Para Adriano Pires, a Petrobras será obrigada a rever seu plano de negócios. "Com esse preço, mesmo projetos com os quais a Petrobras já está comprometida poderão ser revistos", afirma.

Em escala global, a desvalorização nas cotações do petróleo poderá também trazer consequências profundas. Países exportadores de petróleo enfrentarão uma forte redução das divisas e os mais autoritários entre eles poderão sofrer crises internas. Os importadores, por sua vez, ganharão um alívio. De acordo com o FMI, uma queda de 10% no índice Brent infla o PIB global em 0,2%, já que o dinheiro economizado com o preço baixo acaba sendo gasto em outros setores, aquecendo o consumo. Se o valor do barril for mantido durante um ano na casa dos 70 dólares, cerca de s 1,5 trilhão de dólares que eram gastos com petróleo (quase o PIB da índia) poderão ser usados para outros fins. "É como uma criança que sai de casa com 10 reais para comprar sorvete e o encontra por 6 reais. Com o mesmo dinheiro, ela consegue o sorvete, mais um gibi e algumas balas. Ou seja, ficou mais rica pelo mesmo montante", diz a inglesa Lydia Rainforth, analista do mercado de petróleo do banco Barclays.

A queda do preço do barril é uma má notícia para países com regime autoritário como a Venezuela, a Rússia e o Irã. Os dois primeiros aproveitaram-se da alta do recurso fóssil a partir de 1999 para concentrar poder internamente, o que fizeram distribuindo dinheiro à população e destruindo atividades econômicas que não estivessem ligadas ao petróleo. Sem rivais políticos nem econômicos, Hugo Chávez e Vladimir Putin reinaram soberanos. Com os petrodólares, eles importaram os mais diversos produtos, de alimentos a sabonetes. Sem esse dinheiro, contudo, a escassez aumentará e os preços subirão ainda mais. A Venezuela está com uma inflação de 63%. Para equilibrar seu orçamento, o país precisa que o preço do barril esteja a 120 dólares, muito acima do valor atual, o que afetará as políticas assistencialistas em curso. Em Moscou, na semana passada, o vice-ministro da economia admitiu que o país enfrentará uma recessão. "Se os preços do Brent continuarem baixos durante o período de dois a cinco anos, Putin será pressionado para iniciar a liberalização da economia. Seria muito difícil ele conseguir manter sua popularidade sem introduzir reformas significativas", diz o cientista político americano Michael Ross, autor do livro The Oil Curse (A 2,45 Maldição do Petróleo, em inglês).

Na reunião da Opep, Venezuela e Irã queriam fechar as torneiras para forçar a subida dos preços. Perderam. Os sauditas preferem ver as cotações em queda e assim deixar menos atraente o futuro de fontes alternativas, sejam as renováveis ou o xisto americano. A Arábia Saudita também não tem interesse de perder sua participação no mercado mundial, e não deve ter ficado feliz ao ver que os Estados Unidos assumiram, em junho passado, o posto de maiores produtores mundiais. O jogo pesado do petróleo não é para amadores, e o Brasil, infelizmente, entrou nele como um aprendiz aparvalhado.


Fonte: https://www1.fazenda.gov.br

Produção no pré-sal ultrapassa o patamar de 700 mil bpd

Produção no pré-sal ultrapassa o patamar de 700 mil bpd
Agência Petrobras Agência Petrobras
Petrobras informa que bateu um novo recorde histórico de produção própria diária de óleo e LGN no último dia 21/12, quando produziu 2 milhões 286 mil barris. O volume produzido não considera a parcela de seus parceiros e supera o recorde anterior de 2 milhões 257 mil barris, alcançado no dia 27/12/2010.

A Petrobras também bateu recorde diário de produção operada no dia 21/12, tendo produzido 2 milhões 470 mil bpd.

O novo patamar histórico decorre principalmente da contribuição de nove sistemas de produção. Cinco deles começaram a operar em 2013 e tiveram novos poços interligados ao longo de 2014. Outros quatro sistemas de produção foram instalados este ano.

Das plataformas instaladas em 2013, contribuíram para esse resultado a P-63, no campo de Papa-Terra, e P-55, no campo de Roncador, ambas na Bacia de Campos; o FPSO Cidade de Itajaí, em Baúna, no pós-sal da Bacia de Santos; além dos FPSOs Cidade de São Paulo, no campo de Sapinhoá, e Cidade de Paraty, na área de Lula Nordeste - ambos no pré-sal da Bacia de Santos.

Os sistemas de produção que entraram em operação em 2014 e que colaboraram para o desempenho foram a P-58, no Parque das Baleias, e P-62, no campo de Roncador, na Bacia de Campos; e os FPSOs Cidade de Mangaratiba, na área de Iracema Sul, e Cidade de Ilhabela, na de Sapinhoá Norte, ambos no pré-sal da Bacia de Santos.

A alta eficiência operacional dos campos localizados nas porções fluminense e capixaba da Bacia de Campos, como resultado do Programa de Aumento da Eficiência Operacional (Proef), também contribuiu com o recorde. Essas áreas têm mantido a produção sustentável, diante do declínio natural dos reservatórios. Cabe destacar também a alta eficiência operacional e a manutenção da estabilidade da produção nas Unidades Operacionais do Norte e Nordeste do país, que praticamente compensaram todo o declínio natural dos campos maduros da área.

Com a chegada de novas embarcações do tipo PLSV (Pipe Laying Support Vessel) e com a redução do tempo não produtivo dessas unidades - fruto das ações do PRC-Sub -, a companhia interligou 68 novos poços - produtores e injetores - até novembro de 2014, o que já se constitui em um número bem superior aos 45 poços interligados ao longo de todo ano de 2013.

Produção operada pela Petrobras no pré-sal bate novo recorde e ultrapassa o patamar de 700 mil barris de petróleo por dia

A produção de petróleo nos campos operados pela Petrobras na província do pré-sal das bacias de Santos e Campos atingiu a marca histórica de 700 mil barris de petróleo por dia (bpd) no dia 16 de dezembro de 2014. Desse volume, cerca de 74% (523 mil bpd) correspondem à parcela da companhia e o restante à das empresas parceiras nas diversas áreas de produção da camada pré-sal.

A produção de 700 mil barris por dia foi alcançada apenas oito anos depois da primeira descoberta de petróleo na camada pré-sal, ocorrida em 2006, e apenas seis meses após a marca dos 500 mil barris, obtida em junho. Essa produção representa uma marca extremamente significativa na indústria do petróleo, especialmente diante do fato de os campos se situarem em lâminas d'água profundas e ultraprofundas.

O patamar de 700 mil bpd foi conseguido com a contribuição de somente 34 poços produtores. Isso evidencia a elevada produtividade dos campos já descobertos na camada pré-sal. Desses poços, 16 estão localizados na Bacia de Santos, que responde por cerca de 61% do volume produzido no pré-sal – aproximadamente 429 mil barris por dia. Os demais 18 poços estão localizados no pré-sal da Bacia de Campos e respondem pelos 39% restantes da produção – cerca de 273 mil barris por dia.

Atualmente, o petróleo do pré-sal é produzido por 12 diferentes plataformas, oito delas produzindo exclusivamente naquela camada geológica.

O aumento da produção deve-se, também, ao excelente desempenho operacional das atividades de construção e interligação de poços, com suporte dos programas estratégicos PRC-Poço (Programa de Redução de Custos em Poços) e PRC-Sub (Programa de Redução de Custos em Sistema Submarinos). Esses programas integram iniciativas que vêm incorporando melhorias contínuas na redução da duração e dos custos não só de poços, como também de instalações submarinas dos projetos de E&P.

Fonte: http://www.tnpetroleo.com.br

Um espelho para a própria humanidade

Presente na origem da reflexão filosófica, a água teria sido também o principal motor da evolução do homem, ao levar nossos ancestrais a buscá-la onde quer que ela estivesse



"A água está na origem de todas as coisas", acreditava Tales de Mileto (c. 624-546 a.C.), frequentemente considerado, desde a Grécia antiga, o primeiro filósofo. Não é difícil entender por que o matemático e físico nascido na Jônia, na Ásia Menor, detém tal honraria na história das ideias, apesar das contestações à sua máxima. Friedrich Nietzsche (1844-1900), por exemplo, apontava três razões para isso: "Em primeiro lugar, porque sua proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo, porque o faz sem imagem nem fabulação; e, em terceiro, porque nela está contido o pensamento “Tudo é um". Em outras palavras, Tales buscava, pela via da razão, e não da mística, uma explicação para a physis, que em seu tempo significava tanto a "fonte originária" como o "processo de surgimento e de desenvolvimento".

Pois bem: há alguma coisa de Tales de Mileto no livro The Improbable Primate: How Water Shaped Human Evolution (O Primata Improvável: Como a Água Moldou a Evolução Humana), do zoologista e paleontologista Clive Finlayson, diretor do Museu de Gibraltar. Na obra - publicada recentemente pela Oxford University Press e ainda sem previsão de lançamento no Brasil -, como o próprio título evidencia, o autor defende a tese de que a água foi o verdadeiro motor do nosso desenvolvimento. Finlayson integra uma corrente de cientistas para os quais somos uma espécie politípica, ou seja, única, sem dúvida, porém com linhagens diferentes. 

De acordo com sua teoria, nós e nossos mais longínquos antepassados partilhamos um traço incontornável: a necessidade de ingerir água todos os dias. "Os estudos costumam enfatizar o papel dos alimentos no nosso desenvolvimento. É claro que precisávamos comer, mas éramos onívoros. Em algumas regiões, comíamos muita carne. Em outras, mais plantas ou insetos. Ou ainda uma combinação de tudo isso. Em relação à caça, alguns grupos comiam cangurus. Outros, antílopes. No entanto, a necessidade de tomar água diariamente sempre foi o fator universal da equação", disse o pesquisador em entrevista a VEJA.

Naturalmente, nada é simples de comprovar no complexo processo da evolução humana. Finlayson reúne uma série de dados surpreendentes para tornar pertinente a posição que sustenta em seu livro. Segundo ele, as grandes mudanças climáticaspelas quais passou o planeta fizeram com que nossos antepassados abandonassem o conforto das florestas. Há 2,8 milhões de anos, o clima terrestre entrou em mais um ciclo de seca e as reservas de água ficaram mais distantes. As regiões de mata apresentavam cada vez mais clareiras com vegetação rasteira. Os hominídeos que viviam próximo das árvores sentiram necessidade de atravessar essas savanas em busca de novas fontes de água. Por se tratar de um ambiente ainda pouco conhecido por eles e já dominado por predadores, escolheram o período de sol a pino - quando a maior parte dos animais prefere economizar energia e descansar - para implementar seu projeto desbravador.

Tais incursões no desconhecido exigiram uma adaptação da mobilidade e até mesmo do cérebro, teoriza Finlayson. Para cobrir uma área territorial mais extensa, era vantajoso ter um corpo mais alongado, com membros inferiores maiores, que facilitavam o deslocamento. O cérebro precisou se desenvolver para armazenar e lembrar as distintas localizações das reservas de água - especialmente durante os períodos de seca. Um órgão maior, por sua vez, exigia um sistema eficiente de resfriamento, que pudesse manter a temperatura a adequados 37 graus. Para se adaptarem àquela nova necessidade, nossos antepassados foram perdendo pelos do corpo e ganhando mais glândulas sudoríparas. O Homo sapiens, portanto, teria sido uma resposta evolucionária à distribuição esparsa de água.

Finlayson acredita que mesmo os milhares de anos que nos separam de nossos ancestrais não foram capazes de apagar as memórias mais remotas. "Basta observar com atenção pinturas do período renascentista, do iluminismo ou da Inglaterra vitoriana. Nessas telas, o ambiente idílico quase sempre é retratado com árvores, clareiras - e água", frisa o pesquisador.

Se as mudanças climáticas sempre moldaram a vida dos seres humanos, não haveria motivo para acreditar que atravessaremos incólumes os desafios apresentados pela atual onda de aquecimento global - evidentemente associada aos cenários de seca que atormentam a capital paulista. "Teremos de usar todo o conhecimento que acumulamos ao longo desses anos para, conscientemente, tomarmos decisões cruciais sobre o futuro", diz Finlayson, que não está sozinho nesse raciocínio. Para o arquiteto e engenheiro Carlo Ratti, professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), tal acúmulo de conhecimento se traduz hoje em tecnologia. "As inovações, aliadas à crescente capacidade de coletar dados sobre as sociedades, ajudarão a tornar os sistemas energéticos mais eficientes e, consequentemente, a adaptar mais uma vez o comportamento humano", explica ele, colaborador do Arq.Futuro, fórum brasileiro de discussões sobre arquitetura e urbanismo, que neste ano tem debatido o problema da água nas cidades.

Ao contrário do que se costuma supor, a preocupação com a água está longe de ser algo pontual, imediatista: é humana, ratifica Finlayson. Pode-se concluir isso mesmo quando se considera a possibilidade de que Tales de Mileto estivesse focado apenas no aspecto geológico e não metafísico ao se debruçar sobre a questão, hipótese defendida por historiadores do porte do suíço Olof Gigon (1912-1998). "Quando Tales diz que “tudo é água", escreveu Nietzsche, "o homem estremece e se ergue do tatear e rastejar vermiformes das ciências isoladas, pressente a solução última das coisas e vence, com esse pressentimento, o acanhamento dos graus inferiores do conhecimento".

Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br

Não basta ter, precisa ser limpa

A água é fundamental para a existência e a manutenção da vida. Mesmo assim, é desperdiçada e poluída, sem o menor cuidado, como se não precisássemos tanto dela



A vida só existe na Terra por haver aquiágua líquida em abundância. Estamos em uma privilegiada posição no nosso sistema estelar, numa área conhecida como "zona habitável". O planeta fica na distância ideal de sua estrela, o Sol, para que moléculas de H2O permaneçam em estado líquido (nem perto demais que todas evaporem, nem longe demais que congelem). 

A biologia acredita que não há vida, pelo menos não tal qual a conhecemos, sem esse elemento. Por isso, astrofísicos buscam por água líquida no universo, indicação de algum tipo de organismo vivo. A água é fundamental em processos de sobrevivência, como a fotossíntese e a conversão de alimento em energia. No corpo de humanos, representa cerca de 60% da composição. Mesmo sabendo do crucial papel da água para existirmos, temos desperdiçado esse bem precioso, sem cuidado. É uma atitude irresponsável, atalho para cenários catastróficos.

Diz o engenheiro Brian McCallum, diretor da organização Pesquisa Geológica dos Estados Unidos: "Olhamos para os oceanos e temos a impressão de abundância. Só que é uma ilusão". Bem menos de 1% de toda a água do mundo é potável e de fácil acesso. Se depositássemos em um copo as reservas salgadas e doces, o que realmente aproveitaríamos se limitaria a uma gota de água. E ainda tratamos com desdém o que temos.

Uma pesquisa da WWF, o Fundo Mundial para a Natureza, mostrou que, entre os brasileiros, 95% dizem conhecer como se poupa o líquido, com banhos mais rápidos e mais espaçamento na lavagem de carros. E, no entanto, 48% nada fazem para gastar menos. Outros 68% veem no desperdício a causa de racionamentos. É o velho "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço".

Além de desperdiçarmos, somos descuidados com o que possuímos. Levantamentos da ONU evidenciam que 1.500 quilômetros cúbicos de água são poluídos todos os anos, seis vezes o que se tem armazenado em todos os rios. A cada dia, 2 milhões de toneladas de lixo são descartadas em reservas. 

A China, que concentra 7% dos recursos hídricos do mundo, inutilizou, pela poluição e pela falta de planejamento no abastecimento, metade de seus rios. Além de afetar o estoque, a poluição ameaça a natureza. Animais terrestres e marinhos são suscetíveis à baixa de qualidade de lagos, rios e mares. A situação se agrava para os que vivem em água doce, naturalmente mais vulneráveis.

A boa notícia é que há solução, e ela envolve duas mudanças: uma em políticas públicas; a outra em hábitos cotidianos — e as duas precisam estar de mãos dadas. O Banco Mundial estima que 32 trilhões de litros são perdidos em tubulações precárias anualmente. Sistemas de irrigação ultrapassados fazem com que 50% da água utilizada na agricultura seja desperdiçada. A rede de distribuição de companhias de saneamento pode ser aprimorada. Na agricultura, o ideal é adotar a técnica de gotejamento, utilizada em países como Israel, pela qual se aplica cada gota de água diretamente na raiz da planta.

Em casa, espera-se por uma transformação de costumes. Em cinco décadas, o consumo foi multiplicado por seis. A ONU recomenda que cada pessoa gaste 55 litros por dia, mas um americano médio usa dez vezes isso. A adoção de eletrodomésticos modernos aliviaria a situação. Pesquisadores ingleses desenvolveram uma lavadora de roupas que utiliza um copo de água, em vez de 120 litros. Não deixar torneiras pingando economiza 130 litros ao dia. 

A compreensão de que a água é finita, e insubstituível, pode soar banal — mas é o caminho mais rápido e barato de preservação de um recurso fundamental à vida.

RESERVATÓRIO DE INFORMAÇÃO
Longe de interessar somente a especialistas, o debate acerca da crise da água diz respeito a qualquer pessoa. Mas, para acompanhá-lo, claro, é preciso estar informado sobre a questão. Assim, é oportuno o lançamento da nova edição, revista e atualizada, de Como Cuidar da Nossa Água (144 páginas, 55 reais), resultado de uma parceria entre a Be Editora e o Arq. Futuro, fórum de discussões sobre arquitetura e urbanismo, que neste ano aborda o tema.

Escrita em uma linguagem acessível, sem prejuízo da precisão do conteúdo, a obra não dá conta somente de explicar as razões da crescente escassez dos recursos hídricos— atribuída sobretudo ao crescimento populacional, à poluição, ao desmatamento, ao desperdício e às alterações climáticas. No livro, o leitor encontra também dados sobre a disponibilidade de água doce no mundo; explicações relativas às doenças que nela proliferam, como a dengue; informações a respeito da legislação vigente no país; orientações para a redução do consumo; e caminhos para solucionar os impasses gerados pelo problema.

Nenhuma das saídas apresentadas deixa de lado o uso consciente daquele que, mais do que nunca, pode ser chamado de "precioso líquido". Além disso, a obra lista providências acessíveis a qualquer cidadão, como esta: "Economize energia — lembre-se de que no Brasil, onde a matriz energética são as usinas hidrelétricas, isso significa poupar água".

...É DESPERDIÇADO AOS MONTES
Clique aqui e confira no infográfico quanto desperdiçamos diariamente deste recurso natural tão vital para a vida humana no planeta.

Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br

Mapa interativo da Nasa mostra cobertura vegetal do planeta



Quantas florestas ainda cobrem a superfície terrestre? A Agência Aeroespacial americana (Nasa) e a Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unido (NOAA) resolveram responder a esta pergunta de uma forma bastante clara e visual: com um mapa interativo com a imagem do espaço da cobertura vegetal do planeta

Graças aos dados coletados pelo satélite Suomi NPP, durante doze meses entre 2012 e 2013, conseguiu-se reproduzir a imagem em alta-resolução que revela o quanto da Terra ainda é ocupada por plantas vivas. 

Ao coletar as informações no período de um ano, os pesquisadores puderam fazer um mapa com dados reais, que levam em conta diferenças nas imagens provocadas pela influência das diferentes estações - verão, primavera, outono ou inverno - na natureza. Além disso, o satélite distingue de maneira precisa a luminosidade gerada por plantas ou objetos. 

Tons verdes mais escuros reproduzem áreas do planeta onde a vegetação é mais densa e as regiões mais claras, sem sinal de verde, revelam os locais onde há predominância de secas, rochas ou centros urbanos. Este é o caso, por exemplo, do norte da África e Oriente Médio - áreas tradicionalmente desérticas - e da Austrália, país que vem sofrendo drasticamente com estiagens nos últimos anos. 

A Amazônia e a Europa aparecem como as regiões com a mais densa cobertura vegetal. A imagem é interativa e é possível aproximá-la ou distanciá-la usando o zoom para ver regiões específicas. Confira aqui o mapa "Vegetation on our Planet".


Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br

YPF quer parceria com Petrobras para explorar gás de xisto

Instalado no 32º andar de um moderno edifício no coração do bairro de Puerto Madero, o presidente da YPF tem em seu escritório uma das mais belas vistas de Buenos Aires. Mas o olhar do engenheiro Miguel Galuccio brilha mais quando fita o pedaço de rocha que serve de enfeite na mesa de centro. Pode parecer exagero a redoma de vidro que a protege. Mas há motivos para aquele aparente pedaço de pedregulho ser tratado como joia. Afinal, foi extraído do lugar que pode se transformar na mina de ouro do país.
- O que é isso?
- Isso é Vaca Muerta!
O depósito de xisto localizado no Sudoeste da Argentina tem nome esquisito, homenagem a uma cordilheira próxima, mas seu potencial em combustíveis não convencionais é gigantesco. Dos 30 mil quilômetros quadrados, a YPF é dona de 12 mil. Mas Galuccio, escalado para comandar a empresa quando foi nacionalizada, há dois anos e meio, está longe de querer exclusividade. Para ele, o sonho de transformar Vaca Muerta num projeto viável depende da capacidade de atrair parcerias com empresas estrangeiras.
Três acordos já foram fechados: com as americanas Chevron e Dow em 2013 e na semana passada com a Petronas, da Malásia. Agora ele corteja um parceiro mais próximo. "Eu ficaria encantado em fazer mais coisas com a Petrobras", diz.
O escândalo de corrupção que chacoalhou a empresa brasileira é um tema que Galuccio evita comentar. Seu pensamento se volta para o dia em que, um pouco mais livre do problema, a Petrobras se interesse pela proposta de investir em Vaca Muerta para explorar gás. Por que gás? "Porque a Petrobrás já está numa área de exploração de gás em Neuquén (província que abriga Vaca Muerta)".
Tampouco a reviravolta no cenário mundial, com a drástica queda do preço do petróleo parece desanimar o presidente da YPF. "Em Vaca Muerta, cada projeto envolve concessão de 35 anos. Nesse tempo os preços vão oscilar muito. O que acontece hoje ou o que venha a acontecer com os preços hoje ou nos próximos seis meses para mim é uma foto. O importante é o filme completo."
Os problemas econômicos na Argentina poderiam representar um obstáculo adicional. O ambiente de um país que enfrenta inflação alta e sérias dificuldades para importar por falta de acesso ao mercado internacional tem sido apontado por vários setores como motivo para engavetar projetos.
Galuccio aceitou conceder uma entrevista ao Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor, sob a condição de não abordar questões macroeconômicas. Mesmo assim, suas declarações respondem a tais indagações. Apoiado, sobretudo, nos bons resultados que a companhia apresenta ao longo de sua gestão, o plano estratégico do presidente da YPF pode abrir uma trilha importante para a Argentina resolver dois problemas críticos e interligados.
Cada dólar que entra no país hoje ajuda a conter a queda das reservas em moeda estrangeira. Além disso, elevar escala na produção de combustíveis significa reduzir a necessidade de o país importar energia.
A indicação de Galuccio para o cargo, em maio de 2012, tranquilizou o mercado. Sua experiência de trabalho anterior na própria YPF e em outras empresas do setor, inclusive no exterior, conferiu um tom profissional na companhia cujo controle acabara de ser readquirido pelo Estado.
Aos 46 anos de idade, o presidente da YPF ressalta seu conceito de nacionalismo: "Quando falamos sobre o sentido nacional nos referimos ao papel da YPF na liderança do futuro energético da Argentina. Não falamos sobre outro tipo de nacionalismo". Rege na companhia, diz ele, a meritocracia: "Todos os que entram são bons no que fazem e crescem na empresa porque dão resultados."
Fundada em 1922, a empresa "Yacimientos Petrolíferos Fiscales" (jazidas petrolíferas fiscais) passou para o controle da espanhola Repsol no governo de Carlos Menem, em 1999. Hoje, 51% estão nas mãos do governo e o restante é negociado na Bolsa de Nova York e de Buenos Aires.
Em maio, o governo encerrou longa e polêmica pendência ao pagar à Repsol uma indenização de US$ 5 bilhões em títulos públicos. Galuccio é direto quando questionado sobre os motivos que teriam levado a presidente Cristina Kirchner a apresentar, na época, o projeto de lei que definiu a petrolífera como empresa "de interesse público e sujeita à desapropriação".
Segundo Galuccio, a YPF foi vítima de um modelo da Repsol que visava usar os recursos obtidos na Argentina para abrir negócios em outras partes do mundo. "Isso pode fazer sentido para um grupo com sede em Madri. Mas, para mim, rompe um dos princípios básicos de negócios, que é reinvestir no lugar onde se obtém um grande volume de "cash". O modelo poderia funcionar se a Argentina não precisasse de energia. Mas se você tem quase 50% do mercado e não cuida disso em algum momento essa relação vai quebrar, tanto com o governo como com o usuário."
Uma das suas primeiras decisões foi conter a queda de produção. Para começar, trocou toda a equipe de comando. E buscou no exterior talentos que, como ele, haviam trabalhado na YPF. Alguns deles foram seus colegas na universidade. Foi a paixão por atividades ao ar livre que levou Galuccio a escolher a especialização em petróleo quando saiu da província de Entre Rios para estudar engenharia em Buenos Aires.
Quando aceitou o convite de Cristina para ocupar a presidência da empresa, Galuccio morava em Londres, onde trabalhava na Schlumberger, a maior prestadora de serviços de petróleo do mundo. Ele também comandou a operação da Schlumberger no México e, antes disso, em sua primeira fase na YPF, também trabalhou na Indonésia.
A equipe do novo presidente da YPF seguiu sua vocação. A turma com experiência assumiu a operação e para a área financeira foi contratado um ex-executivo da Merrill Lynch, Daniel González. "Tínhamos de levantar investimentos para elevar a produção e, para isso, precisávamos ter acesso aos mercados", diz.
A primeira investida foi no mercado local. O primeiro lançamento de títulos, de US$ 150 milhões, foi bem recebido. Em seguida, foram lançados US$ 500 milhões e, depois, US$ 1 bilhão. Os investimentos em exploração passaram de US$ 2 bilhões em 2012 para US$ 5,2 bilhões anuais (projetados para este ano).
O resultado financeiro se transformou na melhor propaganda da YPF. Os números crescem desde 2011. Em dois anos, a receita líquida foi elevada em 21,33%. Passou de US$ 13,6 bilhões em 2011 para US$ 16,5 bilhões, em 2013. E nos nove meses acumulados deste ano somou US$ 13,1 bilhões, o que representou um crescimento de 6,4% na comparação com os três trimestres de 2013. Em três anos, a YPF abriu 5,6 mil postos de trabalho. Trata-se da maior empresa da Argentina, com 22 mil empregos diretos e a utilização da capacidade das refinarias está em 94%.
Foi com resultado tão positivo que o plano tático de Galuccio passou, então, para a fase das parcerias. Há um ano e meio a Chevron decidiu investir US$ 1,24 bilhão para explorar petróleo de xisto em Vaca Muerta. Nessa fase, a YPF entrou só como operadora. Na segunda etapa, o investimento, de US$ 1,8 bilhão, foi repartido - US$ 900 milhões de cada lado. Segundo Galuccio, a maior parte dos recursos para investimento sai do fluxo de caixa da companhia.
O executivo de fala mansa e sorridente conta que a negociação com a Chevron foi polêmica: "Tivemos de convencer as pessoas de que a soberania energética da Argentina passa pela necessidade de a YPF associar-se para trazer investimentos de fora. Às vezes a mentalidade nacionalista não entende isso". O projeto com a Chevron criou o segundo maior depósito de petróleo da Argentina em produção e o maior não convencional fora dos Estados Unidos, com 35 mil barris por dia. O acordo prevê futuras expansões.
O segundo parceiro da YPF foi a americana Dow Chemical, que investirá US$ 120 milhões num projeto piloto para explorar gás de xisto. O terceiro acordo foi fechado na semana passada com a Petronas. Galuccio recebeu o Valor na véspera da viagem a Kuala Lampur, de onde voltou com o acordo por meio do qual a petrolífera da Malásia investirá US$ 475 milhões. A YPF entrará com US$ 75 milhões e será a operadora.
Daqui a um ano a Argentina terá eleito um novo presidente da República. Se depender do apoio dos grupos empresariais e do mercado, Galuccio deverá ser mantido para seguir sua peregrinação em busca de investidores para YPF. Para muitos analistas, Vaca Muerta ainda precisa de bilhões de dólares para se transformar numa mina de ouro. Mas Galuccio já se dará por vitorioso se ajudar a Argentina a recuperar o autoabastecimento energético que perdeu em 2011.
Fonte: http://geofisicabrasil.com

Veterano do xisto enfrenta insuficiência energética da Argentina que tem custo anual de US$ 6 bilhões

A Argentina depende de duas coisas para reverter três anos de insuficiência energética que lhe custam US$ 6 bilhões por ano: uma formação de xisto maior do que o estado de Massachusetts, e Miguel Galuccio, que trabalhou em operações de perfuração da Dakota do Norte até a Polônia e a Índia.
A presidente Cristina Kirchner nomeou Galuccio como CEO da YPF SA em 2012 depois de confiscar a empresa à Repsol SA, da Espanha. Desde então, Galuccio triplicou os investimentos na petroleira estatal para tentar reverter um declínio da produção que provocou insuficiências paralisantes de energia e impulsionou as importações de energia da Argentina para níveis recordes.
Enquanto os preços de petróleo estão despencando para menos de US$ 60 por barril e os produtores mundiais estão revendo suas estratégias, Galuccio manterá a sua para a formação de xisto de Vaca Muerta, que depende de parceiros estrangeiros com uma perspectiva de longo prazo. O empreendimento de US$ 16 bilhões com a Chevron Corp. em Loma Campana é o segundo maior produtor da Argentina, e a YPF anunciou neste mês uma parceria de US$ 550 milhões com a Petrolian Nasional Bhd da Malásia.
"É uma grande conquista para a Argentina, ter algo como Loma Campana para exibir depois de dois anos", disse Galuccio, 46, em uma entrevista. "Não é uma vitrine de brincadeira".
Como os preços do petróleo continuam caindo, outros não têm tanta certeza. Do petróleo barato "resultará um desenvolvimento menos enérgico de Vaca Muerta", disse Paolo Rocca, o bilionário presidente da fornecedora de oleodutos Tenaris SA, em uma conferência de fornecedores do setor em Buenos Aires, no dia 10 de dezembro.

Vaca Muerta

A YPF identificou Vaca Muerta pela primeira vez sob as planícies da Patagônia na década de 1980. O local possui pelo menos 23 bilhões de barris de petróleo, segundo uma pesquisa feita em 2012 pela Ryder Scott. Com 30.000 quilômetros quadrados, ela tem quase o dobro da área da formação de xisto de Eagle Ford, no Texas, que produz mais de 1,6 milhão de barris por dia.
Desde que a Argentina confiscou uma participação de 51 por cento na empresa, em abril de 2012, a YPF vendeu mais de US$ 1,7 bilhão em títulos no exterior. As ações cresceram 120 por cento, frente a um declínio de 21 por cento em um índice da Bloomberg de ações internacionais de empresas de petróleo.
Extrair as reservas de Vaca Muerta, a quase três quilômetros de profundidade, é fundamental para que a Argentina volte a exportar energia, segundo Galuccio, ex-executivo da Schlumberger Ltd., que relaxa lutando boxe e praticando hot yoga e polo nas horas livres. Os executivos que visitam a joint venture de Loma Campana saem dispostos a verem a YPF como parceira, disse ele.

Nacionalização da YPF

No empreendimento de Loma Campana com a Chevron, torres de perfuração móveis trazidas de Houston furam o terreno seco da província de Neuquén. É o maior campo de xisto fora dos EUA. Dele se extraem 35.000 barris por dia, e a produção aumentará quando a YPF empregar a perfuração horizontal.
Galuccio também alistou outras empresas para trabalhar em Vaca Muerta. A Dow Chemical Co., com sede em Midland, Michigan, está desenvolvendo gás em uma área chamada El Orejano, e a Petronas, companhia estatal da Malásia, decidiu no dia 10 de dezembro trabalhar com a YPF para perfurar em uma área de 187 quilômetros quadrados conhecida como La Amarga Chica.
Depois de nacionalizar a YPF, Cristina ajudou o setor petroleiro ao reduzir impostos e autorizar aumentos nos preços da gasolina, o que possibilitou que as empresas de energia continuassem lucrando mesmo com uma inflação estimada em 40 por cento. Agora, ela aposta que uma nova lei de hidrocarbonetos, que dá aos produtores preços mais altos e incentivos fiscais para as operações com xisto, faça com que a Argentina recupere a autossuficiência energética até 2019.
"Eu não acredito em um preço de US$ 50 ou US$ 70 no longo prazo", disse Galluccio de seu escritório em Puerto Madero. "Com US$ 80, nós estaremos bem. Se for US$ 70, teremos que nos tornar mais competitivos. Temos muita margem para a produtividade".
Fonte: http://geofisicabrasil.com

IBP e IBAMA avançam no acordo de cooperação técnica

O Ibama e o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) apresentaram ontem (18) a conclusão de mais quatro projetos realizados no âmbito do Acordo de Cooperação Técnica (ACT), assinado entre as duas instituições. O objetivo é dar mais celeridade aos processos de licenciamento ambiental.
O Acordo de Cooperação Técnica assinado entre as instituições prevê 12 projetos, que devem ser entregues até 2016. O Projeto de Proteção e Limpeza da Costa, lançado em abril deste ano, foi o primeiro deles. Na solenidade foram apresentados o Manual de Resíduos, o Estudo de Análise de Risco Ambiental, o Portal de Educação Ambiental e o Estudo sobre Rodolitos (algas calcárias).
ibama ibp acordo coop tecnica
O evento contou com as presenças dos presidentes do Ibama, Volney Zanardi Júnior, e do IBP, João Carlos de Luca, do diretor de Licenciamento Ambiental do Ibama, Thomaz Miazak de Toledo, e do secretário-executivo de Exploração e Produção do IBP, Antonio Guimarães, além de outros dirigentes das duas instituições, de empresas associadas e de profissionais da indústria.

O presidente do Ibama, Volney Zanardi Júnior, elogiou a parceria. "Fico feliz em ver uma série de iniciativas que trazem uma perspectiva de interação entre o setor e o Ibama. Esse processo é de extrema importância e acredito que em 2015 já teremos resultados efetivos", destacou Volney.
Para o presidente do IBP, João Carlos de Luca, "esse acordo mostra como a indústria pode ter uma relação responsável e séria com um órgão do governo para trabalhar em prol do desenvolvimento do país."

Conheça os Projetos

Manual de Resíduos Sólidos - Trata-se de um guia para aprimorar o manuseio de resíduos de perfuração, onde serão listadas condições para os prestadores de serviços seguirem no trato de resíduos, como o armazenamento em áreas pavimentadas, no intuito de evitar que as substâncias entrem em contato com o solo, entre outras. O documento se tornará uma cartilha no ano que vem, quando o IBP também irá estender a parceria com o Senai para oferecer cursos aos trabalhadores de bases de apoio de acordo com as regras do novo manual.
Análise de Risco Ambiental Offshore - Estudo baseado em experiências de outros países, contendo sugestões de aperfeiçoamento no intuito de gerenciar os riscos ambientais durante as atividades de exploração. Esta análise foi entregue ao Ibama, e no segundo semestre de 2015, se tornará um guia que irá direcionar as tomadas de decisão nos processos de licenciamento.
Portal de Educação Ambiental (www.peabc.com.br) – Lançado pelo IBP e pelo Ibama, tem o intuito de integrar as iniciativas de cunho ambiental e educacional realizadas pelas operadoras de petróleo da Bacia de Campos, direcionado a comunidade de pescadores e moradores das áreas costeiras próximas aos campos de produção. O portal tem uma interface intuitiva, com opções de filtros para a busca de projetos, com o objetivo de atrair o acesso da população.
Estudo do Estado da Arte dos Rodolitos - Por ultimo, foi apresentado no evento o Estudo do Estado da Arte dos Rodolitos, que são algas calcárias presentes em águas rasas ao longo do litoral brasileiro. O estudo gera informações técnicas com base científica, capazes de orientar o licenciamento de atividades de Petróleo e Gás em áreas com presença de rodolitos. A realização de um workshop sobre o tema está prevista para o segundo semestre de 2015, onde o assunto será melhor aprofundado.
Projeto de Proteção e Limpeza da Costa – Mapeamento do litoral brasileiro - de Santa Vitória do Palmar, no Rio Grande do Sul, ao Oiapoque, no Amapá – para criar um banco de dados georreferenciados para aprimorar o processo de avaliação de impactos ambientais relacionados às atividades de exploração e produção de petróleo e gás no país. Na segunda fase do projeto, que está em andamento, foram incluídas ilhas próximas a locais de exploração. A conclusão da iniciativa está prevista para o 1º semestre de 2015.
Fonte: http://geofisicabrasil.com

domingo, 14 de dezembro de 2014

Opep diz que não há meta de preço para petróleo


O secretário-geral da Opep, Abdullah al-Badri, disse neste domingo que o grupo não tem uma meta de preço para o petróleo, sinalizando que não haverá mudanças na política de manter os níveis de produção que tem contribuído para queda acentuada no preço do produto.
Falando em um evento em Dubai, Badri afirmou que o preço do petróleo, que caiu para mínimas sucessivas de cinco anos nos últimos dias, tinha recuado mais do que os fundamentos do mercado deveriam ter ditado.
Ele pediu aos países do Golfo para continuarem a investir em exploração e produção, dizendo que os Estados Unidos vão continuar a depender do petróleo do Médio Oriente por muitos anos.
Esses foram os primeiros comentários de Badri desde que Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) deixou os seus níveis de produção inalterados em uma reunião no mês passado, quando também disse que não havia uma meta de preço.
"Os fundamentos não deveriam levar a essa redução dramática (no preço)", disse Badri, que é líbio.
A queda nos preços do petróleo pressionou as ações de energia e moedas expostas a exportações de petróleo na sexta-feira, reduziu o apetite por ativos de maior risco e levou os investidores para a segurança da dívida do governo apesar da forte confiança do consumidor dos Estados Unidos.
Badri disse que a Opep busca um nível de preços adequado e satisfatório tanto para os consumidores como para os produtores, mas não especificou um número. Questionado se haveria necessidade de uma reunião de emergência da Opep antes de junho, Badri sorriu e disse: "Eu não sei." 
Fonte: http://exame.abril.com.br

Ex-OGX, petroleira de Eike Batista quebra pela segunda vez

Na mesma semana em que a Eneva, ex-MPX, pediu recuperação judicial, outra empresa criada por Eike Batista passou a contemplar o abismo: a OGPar, ex-OGX. A petroleira, que já está em recuperação judicial, está vendo o dinheiro injetado pelos novos acionistas secar rapidamente. São dois os motivos.

O primeiro é a queda do preço do petróleo. Os planos aprovados pelos credores consideravam o valor de 110 dólares por barril – hoje, está em 62 dólares.
O segundo é que a produtividade do principal campo da petroleira também é menor do que a prometida. Hoje, Tubarão Martelo produz 14 000 barris diários. O combinado era algo em torno dos 19 000 barris.
Com perdas de pelo menos 20 milhões de dólares por mês, a OGPar já é vista por alguns dos novos acionistas como um caso sem solução.
Fonte: http://exame.abril.com.br

Sete Brasil pede suspensão de registro de companhia aberta

Sete Brasil esclareceu neste sábado, 13, ter partido da empresa o pedido de suspensão do processo de registro de companhia aberta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Segundo a empresa, a solicitação foi enviada no dia 8 de dezembro de 2014.

Em nota enviada ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, a companhia informa que não houve indeferimento do pedido por parte da instituição e sim desistência do processo por parte da Sete Brasil devido a procedimentos internos e estratégia de negócios da empresa.
No site da CVM, contudo, consta que o pedido de registro de companhia aberta da Sete Brasil Participações foi indeferido. A solicitação foi aberta no dia 26 de maio de 2014 para a categoria B, que permite a emissão de valores mobiliários, exceto ações, mas sem pedido de oferta pública de distribuição de valores mobiliários concomitante.
A Sete Brasil foi criada no final de 2010 por fundos de pensão, bancos e pela Petrobras para gerir sondas de perfuração em águas profundas para a estatal.
Fonte: http://exame.abril.com.br

Husky reports start of steam operations at Sunrise oil sands project

Husky Energy, Calgary, reported the start of steam operations at the in situ Sunrise Oil Sands Project in northeastern Alberta.
The project’s Phase 1 includes the development of 60,000 b/d (gross) with two processing plants. The first 30,000-b/d plant is expected to begin production towards the end of first-quarter 2015. The second 30,000-b/d plant is expected to start steaming midyear 2015, with production commencing a few months later. Production is expected to ramp up to full capacity over a 2-year period.
“The production of steam is the last major milestone before first oil,” said Chief Executive Officer Asim Ghosh. “As a longer-life project, Sunrise will deliver steady production and cash flow to support our expansive portfolio of projects.”
Husky is the operator of Sunrise with equal working interest with BP PLC, which operates the jointly owned BP-Husky Toledo refinery.
Sunrise contains estimated reserves of 3.7 billion bbl (440 million proved, 2.4 billion probable, and 860 million possible) as of Dec. 31, 2013. Husky has a 50% working interest in these reserves.
Fonte: http://www.ogj.com

BHI: US rig count forced down by large losses in Texas

Forced down by large losses in Texas and specifically the Permian basin, the US drilling rig count plummeted 27 units to settle at 1,893 rigs working during the week ended Dec. 12, Baker Hughes Inc. reported. This week’s decline comes on the heels of sub-$60/bbl crude oil prices on NYMEX (OGJ Online, Dec. 12, 2014).
Land-based oil rigs essentially accounted for the drop. Overall, land rigs fell 28 units to 1,820. Additionally, rigs drilling in inland waters edged down 1 unit to 13. Offshore rigs bucked the trend, gaining two units to 60.
Oil rigs fell 29 units to 1,546, slightly offset by a 2-unit gain in gas rigs to 346. Rigs considered unclassified remained at 1 unit working.
Directional drilling rigs lost 2 units to 196, while horizontal drilling rigs edged down a unit to 1,367.
In Canada, meanwhile, 9 more units came online to reach 431, up 5 compared with this week a year ago. Gas rigs increased 6 units to 216, doubling the 3-unit increase in oil rigs to 215.
Major states, basins
Texas, by far, experienced the largest loss of the major oil- and gas-producing states, relinquishing 24 units to settle at 872 rigs working. That reflected a 20-unit drop in the Permian basin to 548.
Earlier this week, Karr Ingham, economist and creator of the Texas Petro Index (TPI), said upstream oil and gas activity in Texas, as reflected by the TPI, would likely peak later this year or very early in 2015 and enter into a state of decline for some period of time, depending on what happens to crude prices (OGJ Online, Dec. 12, 2014).
The next biggest rig count decline occurred in neighboring Arkansas. Although significantly lower compared with Texas, Arkansas’s 3-unit drop to 9 accounted for a quarter of its previous total. Colorado, losing 2 units to 68, was the only other state to report a multiple-rig loss.
North Dakota, Louisiana, Wyoming, Pennsylvania, and Alaska each edged down a unit to respective totals of 179, 113, 58, 54, 10.
Unchanged from a week ago was Oklahoma at 211 and Utah at 23.
New Mexico edged up a unit to 101. Ohio, California, Kansas, and West Virginia each gained 2 units to 47, 45, 33, and 28, respectively.
In the major US basins, the Granite Wash represented the next largest drop after the Permian, falling 6 units to 57.
Fonte: http://www.ogj.com

Keyera to take majority interest in Alberta gas plant

Keyera Corp., Calgary, will pay $65 million (Can.) to buy a 70.79% ownership interest in the Ricinus deep-cut gas plant in west-central Alberta.
The company did not name the seller, but 2014 data from the Alberta Energy Regulator shows a Ricinus gas plant of similar capacity owned by Apache Canada Ltd. Neither company responded to inquiries by OGJ presstime.
The sweet-gas processing plant, which is 22 km south of Keyera’s 275-MMcfd Strachan deep-cut gas plant, is able to extract a C3+ mix of NGLs. Current operating capacity is about 124 MMcfd, compared with to licensed capacity of 221 MMcfd, because only one of two NGL trains is operating, the company said. The plant underwent a turnaround in September.
Keyera will operate the Ricinus plant and plans to restart the second NGL train. Keyera also plans to build a pipeline connecting the Ricinus and Strachan plants and to invest in associated gas gathering.
The company’s gas plants operate in the west central, foothills, and deep basin gas areas of the Western Canada Sedimentary Basin. Its NGL and crude oil infrastructure, including pipelines, terminals, processing, and storage, as well as its iso-octane facility, are in Edmonton and Fort Saskatchewan.
Keyera markets propane, butane, condensate, and iso-octane to Canada and the US.
Fonte: http://www.ogj.com

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Empresa americana usa impressora 3D para criar carro

Strati tem cerca de 60 peças, contra mais de 25 mil de um carro convencional

A empresa americana Local Motors vem ganhando destaque no noticiário internacional com com o Strati, um carro quase totalmente feito a partir de impressão 3D. O carro foi apresentado no mês passado em uma feira em Chicago e atualmente está em fase de testes.

O Strati é um carro elétrico com velocidade de até 130 quilômetros por hora. O corpo é feito de mais de 200 camadas de um material plástico, com reforço de fibra de carbono. O Strati não é completamente impresso em 3D. Partes como motor, rodas, bateria e suspensão são convencionais, fornecidas pela Renault, e encaixadas na carcaça do automóvel. 
Ainda assim, o método de fabricação do Strati é promissor. Segundo a Local Motors, o carro usa 64 peças. Um automóvel convencional usa mais de 25 mil. Atualmente, são necessárias 44 horas para imprimir o carro. A empresa quer diminuir esse tempo para 24 horas nos próximos meses.


No momento, a Local Motors está cadastrando interessados no carro, mas o preço ainda não foi divulgado. A ideia é que as primeiras unidades estejam disponíveis ao longo do próximo ano.
Fonte: http://tecnologia.ig.com.br

EUA pedem aos países em desenvolvimento atuação contra aquecimento global

O secretário de Estado norte-americano pediu hoje (12), em Lima, aos países em desenvolvimento, responsáveis por mais da metade das atuais emissões de gases de efeito estufa, que atuem contra o aquecimento climático.

"Eu sei que é difícil para os países em desenvolvimento", mas "é imperioso que também eles atuem", declarou John Kerry, durante breve visita à capital do Peru, onde ocorre até esta sexta-feira a 20ª conferência da Organização das Nações Unidas sobre o clima.

Kerry destacou, diante de representantes de cerca de 190 países, que as nações industrializadas têm papel fundamental na redução das emissões de gases de efeito estufa, mas que isso não quer dizer que os outros países não tenham a obrigação de agir e possam repetir os erros do passado.

"Sei que as negociações são tensas e difíceis e sei que muitas pessoas estão furiosas com a difícil situação em que foram colocadas pelos grandes países, que se beneficiaram da industrialização durante muito tempo", explicou o chefe da diplomacia norte-americana.

"[Não há tempo] para continuarmos sentados discutindo, para saber a quem cabe a responsabilidade de agir", acrescentou. "A responsabilidade cabe a cada um, uma vez que é a quantidade total de dióxido de carbono (CO2) que conta e não a parte de cada país".

A questão da responsabilidade entre os países é um dos pontos que impede progressos nas negociações sobre um acordo multilateral, no fim do próximo ano, em Paris, para lutar contra o aquecimento do planeta.

A Convenção da ONU sobre o Clima, de 1992, reconheceu "uma responsabilidade comum, mas diferenciada" no aquecimento global, definindo dois grupos distintos de países (desenvolvidos e em desenvolvimento).

Atualmente, a China e a Índia são, respectivamente, o primeiro e o quarto emissores do planeta. Outros países emergentes também veem as suas emissões aumentar.

Kerry advertiu que se apenas uma ou duas economias de maior dimensão não conseguissem responder a essa ameaça, boa parte do bom trabalho estaria a ser feiro pelo resto do mundo.

"Se falharmos, as gerações futuras não esquecerão", considerou o secretário de Estado norte-americano, ao pedir "ações concretas e compromissos ambiciosos", principalmente em relação à política energética dos países.


Fonte: http://www.tnpetroleo.com.br