Publicidade

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Aquecimento global deve agravar pobreza no planeta, afirma estudo do Banco Mundial

aquecimento-global-deve-agravar-pobreza-planeta-560
Mudanças climáticas severas e eventos extremos vão mudar a vida de milhões de pessoas no planeta e alterar drasticamente a economia mundial. A previsão, que já foi feita pelos cientistas do clima e divulgada em relatórios produzidos pelo Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC), agora faz parte também de um estudo recém-publicado pelo Banco Mundial.
“Turn Down the Heat: Confronting the New Climate Normal”*é o terceiro relatório de uma série, produzida com parceiros internacionais e escrita por pesquisadores do Potsdam Institute for Climate Impact Research and Climate Analytics, da Alemanha.
O estudo se debruça atentamente nos efeitos das mudanças climáticas sobre as populações mais pobres de três regiões do globo: América Latina e Caribe, Ásia Central e Leste Europeu e África do Norte.
Ondas de calor e chuvas intensas deverão impactar a produtividade agrícola, o sistema hidrológico e a biodiversidade nos países do Caribe e América Latina. O problema com segurança alimentar é um dos pontos mais alarmantes do novo relatório. Os pesquisadores acreditam que o Brasil poderá sofrer com perdas de até 70% na produção da soja e 50% no trigo com aumento da temperatura em 2oC.
Para as economias caribenhas, o prejuízo com o turismo se dará por conta do aumento do nível do mar, ocorrência de ciclones tropicais e acidificação dos oceanos, que causa impacto nefasto sobre os recifes de corais. Nos Andes, o derretimento das geleiras – que já é uma realidade – afetará também a produção de alimentos.
O aumento da temperatura na superfície terrestre poderá deflagrar um número ainda maior de conflitos no Oriente Médio e na África por causa da escassez de água e comida. De acordo com o relatório do Banco Mundial, se a temperatura subir entre 1,5oC e 2oC, as perdas nas colheitas podem chegar a 30%. Caso o clima fique ainda mais quente – entre 3º e 4ºC – esta porcentagem deve ser de 60%. Poderão ser cerca de seis meses de estiagem contínua. Com a falta de alimentos, ondas de migração devem se intensificar na região.
No Mediterrâneo, a elevação do nível do mar entre 0,2 e 0,5 metros irá afetar 1,8 milhão de pessoas com enchentes no Marrocos e prejuízos de 50 bilhões de dólares em Alexandria. Na Ásia Central, já houve perda de 35% do gelo entre 1901 e 2000. Com mais 2ºC, 50% dos glaciares derreterão.
Em todo mundo, o aumento do calor e das chuvas também terão efeito direto sobre a saúde das populações. Doenças transmitidas por mosquitos, como dengue, malária e chikungunya, podem se tornar epidêmicas. O estudo revela que só nos Balcãs, o número de mortes pode chegar a 1 milhão de pessoas.
Os pesquisadores do Potsdam Institute for Climate Impact Research and Climate Analytics apontam, entretanto, cinco medidas urgentes para impedir este cenário catastrófico para as próximas décadas:
  1. Precificação robusta do carbono;
  2. Fim do subsídio aos combustíveis fósseis;
  3. Acelerar o uso das energias renováveis e da eficiência energética;
  4. Implementar agricultura climate-smart (resiliente, produtiva e com menor emissão de CO2);
  5. Construir cidades mais resilientes e menos poluentes, que priorizem, por exemplo, o uso do transporte público.

Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário