Com o petróleo bruto a US$ 75 por barril, o preço que segundo o Goldman Sachs Group Inc. será a média nos primeiros três meses do ano que vem, 19 regiões de xisto (folhelhos) nos EUA já não são mais lucrativas, segundo dados compilados pela Bloomberg New Energy Finance.
Nessas áreas, entre elas partes de Eaglebine e Eagle Ford no leste e no sul do Texas, foram extraídos cerca de 413.000 barris por dia, segundo os últimos dados disponíveis da Drillinginfo Inc. e apresentações de empresas. A cifra se compara com o ganho de 1,03 milhão de barris na produção diária nacional nos últimos doze meses, mostram estatísticas do governo.
A expansão da oferta de petróleo dos EUA para mais de 9 milhões de barris diários está contribuindo para uma superabundância internacional que diminuiu os preços até 32 por cento desde junho. Os dados compilados pela BNEF, que levam em conta os custos de perfuração, royalties e transporte, mostram que certas áreas de xisto não conseguem ganhar dinheiro com o preço atual. Empresas como a SandRidge Energy Inc. e a Goodrich Petroleum Corp. disseram que esperam extrair mais petróleo por menos dinheiro para poderem resistir o declínio.
"Todos estão tentando dar uma impressão muito favorável da sua capacidade de resistirem um petróleo a US$ 80 por barril, mas boa parte disso é embromação", disse Daniel Dicker, presidente da MercBloc Wealth Management Solutions com 25 anos de experiência no comércio de petróleo bruto na New York Mercantile Exchange. "A revolução do xisto não funciona a US$ 80, e pronto".
Equilíbrio
As estimativas do preço que os perfuradores necessitam para se equilibrar têm variado. A Agência Internacional de Energia, com sede em Paris, disse que cerca de 96 por cento da produção de folhelhos nos EUA se mantém lucrativa a US$ 80 por barril. Analistas da Sanford C. Bernstein LLC disseram que um terço da produção adicionada nos primeiros três meses de 2014 não é lucrativa com o WTI a US$ 80.
Dos poços nas 19 regiões que segundo os dados são deficitárias foi extraído um total de 273.745 barris por dia em junho, 38 por cento a mais do que um ano atrás, segundo a Drillinginfo, uma fornecedora de informações para o governo e o setor com sede em Austin, Texas.
Já dos campos de maior produção – Bakken, na Dakota do Norte, e Permian e Eagle Ford no Texas – foi extraído um total de 4,7 milhões de barris diários, segundo a Administração de Informações sobre Energia. Essas regiões continuam sendo lucrativas entre US$ 55 e US$ 65 por barril, segundo Manuj Nikhanj, diretor de pesquisa sobre energia da Investment Technology Group Inc., com sede em Nova York. Mais importante ainda do que os níveis de equilíbrio é o fato de que preços menores reduzem os fluxos de caixa que as empresas podem utilizar para reinvestirem na produção nova, disse ele.
SandRidge, Goodrich
A SandRidge extrai cerca de 23.400 barris de petróleo e gás por dia na formação Mississippian na fronteira entre Kansas e Oklahoma, disse a empresa em 5 de novembro. A área é o foco da companhia, com mais de 748.668 hectares arrendados, segundo seu site. Os perfuradores na área precisam de um preço dentre US$ 78,56 e US$ 163,51 por barril para se equilibrar, segundo dados compilados pela BNEF.
A Goodrich, com sede em Houston, gasta cerca de 80 por cento do seu orçamento de capital na formação marinha de folhelhos de Tuscaloosa, sua maior posição em termos de superfície, segundo uma apresentação feita em novembro. Daniel Jenkins, um porta-voz da empresa, não quis comentar. As ações da companhia caíram 30 por cento para US$ 9,34 desde 1 de outubro.
"A primeira questão em toda teleconferência de informe de lucros é: 'O que você pode fazer no ano que vem se realmente estivermos em um ambiente de preços de US$ 75 por barril de petróleo?'" disse Chad Mabry, analista da MLV CO., um banco de investimento em Houston. "Já estamos começando a observar algumas rachaduras".
Título em inglês: 'Oil at $75 Means Patches of Texas Lose Money for Shale Drillers'
Fonte: http://geofisicabrasil.com
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